Me parece que a onda chegou. Com muito mais frequência, estamos vendo artigos e mais artigos sobre indústria 4.0. Um bom aspecto disso é a disseminação da ideia. Outro bom aspecto é que especialistas dos mais variados setores começam a compartilhar conosco, os conhecimentos e perspectivas nos vários setores, acerca do que é conhecido como a 4a revolução industrial.
Mas na prática, o que muda ou deveria mudar no seu dia a dia de trabalho em um laboratório ou sala de metrologia?
Primeiramente é aproveitar essa grande quantidade de informações conceituais e identificar o que já está adequado ou, o que ainda falta para entrar de vez na Ind 4.0.
Se você utiliza uma cmm, saiba que tem nas mãos um dos equipamentos mais versáteis e importantes em uma metrologia, portanto a possibilidade de alavancar a evolução na empresa em que atua. Por uma cmm, instalada em uma sala de metrologia média, medem-se peças de set-up, calibres ou dispositivos de montagem, peças das várias etapas do sistema produtivo, peças finalizadas, etc… Observe então, a grande quantidade de informações geradas por uma cmm. Mas, algumas perguntas inevitáveis:
A grande quantidade de informação gerada, é correta? É confiável? É disponibilizada de forma rápida e eficiente?
Sugiro um exercício para identificar o quanto seu processo de medição está avançado.
Digamos que uma das funções é medir peças para alimentar o sistema de dados estatísticos (CEP, por exemplo):
1- existe um programa de medição específico para a peça recebida ou deve criar um programa toda vez que recebe uma peça?
2- se existe um programa, é fácil identificar e buscar o programa específico para a peça recebida?
3- existe dúvidas sobre a fixação ou posicionamento para medição?
4- ainda sobre o programa, há medições manuais ou o programa é executado totalmente em modo automático (cnc) ?
5- sobre os resultados, o relatório deve ser impresso ou deve ser em forma de dados (txt, por exemplo) ?
6- a forma como esses dados são indexados e guardados é automatizado ou é manual?
7- como os resultados são introduzidos no sistema estatístico, digitados ou diretamente enviados da cmm?
9- e finalmente, quanto tempo demora entre a medição e os resultados chegarem no setor interessado, para que então sejam base para uma decisão?
Estes são apenas alguns dos questionamentos que nós metrologistas podemos fazer acerca do nosso processo de medição para avançar em direção da organização necessária para a ind4.0. Observe que nem falamos ainda, da necessidade de investimentos.
Mas se já existe um nível de organização considerável, é hora de começar a pensar em ferramentas e/ou sistemas como o Metrology Gate, que trazem a aplicação de [big data], um dos pilares da Ind 4.0.
Insisto em dizer que a onda 4.0 chegou e para quem tem a disposição em evoluir, este é o momento. O metrologista, em geral, é um profissional privilegiado em termos de acesso a grande quantidade de informações dos processos em que atua, portanto tem a possibilidade de auxiliar e/ou impulsionar a implantação da Ind 4.0.
Adilson Pimentel, metrologista.